No ultimo domingo a APAVIVA recebeu em Sousas/Campinas os membros da BRIGADA CACHORRO DO MATO para uma vistoria na APA de Campinas com o objetivo de mapear os fragmentos florestais da APA.. Ações de prevenção à incêndios florestais estão no foco da APAVIVA, desde 2010 que promove campanhas educativas  para conter as queimadas que destroem a vegetação, matam os animais e contribuem para o aquecimento global do planeta. São 54 florestas na APA ameaçadas nesse período. A melhor ação preventiva para evitar os incêndios são os aceiros, que infelizmente são raros. A Mata Ribeirão Cachoeira possui aceiro mantido pela Associação Loteamento Colinas do Atibaia voluntariamente e todo ano a ONG APAVIVA faz campanha para eliminar os riscos de queimada na estiagem.

A Brigada Cachorro do Mato tem seu início quando a PROESP começa a mobilização para o treinamento de duas turmas iniciais de Brigadistas. Em parceria com a Defesa Civil, Brigada da Mata Santa Genebra, membros do conselho da Floresta Estadual de Serra D´água, juntamente com a bombeira de aeródromo membra da PROESP, já foram realizados duas formações básicas para brigadistas para capacitar e atuar em combate a incêndio florestal. Hoje  a brigada conta com cerca de 50 brigadistas treinados, e prontos para o combate as queimadas. O curso de formação completa de Brigadistas é de 100 horas aula conforme estabelecido na NBR 14276 – exposição de incêndio de alto risco.

Mobilizar treinando e planejar fazendo, é o lema da Brigada. Dessa forma o  Projeto para Mobilização, Treinamento e Formação da Brigada Popular de Combate a Incêndio Florestal saiu do papel. No entanto os equipamentos de proteção individuais (EPI) , essencial para a atuar, ainda não foram adquiridos.

Uma parceria entre a APAVIVA e a PROESP viabilizou a destinação de recursos de emenda parlamentar para adquirir os EPIs e equipamentos de campo. Esse recurso estará disponível em breve. Mas não chegará a tempo de equipar a brigada para a temporada de estiagem, de maio a outubro,  e de maior risco de incêndios florestais. Numa tentativa de antecipar a aquisição destes equipamentos, as ONGs se reuniram com a Secretaria de Meio Ambiente de Campinas e órgão Gestor da APA. Infelizmente, não obtivemos apoio do poder público municipal para equipar a brigada a tempo da estiagem desse ano. Ainda está na memória o incêndio de grandes proporções que ocorreu na APA de Campinas em outubro do ano passado. A queimada teve início no Condomínio das Cabras, em Joaquim Egidio, e rapidamente se alastrou atingindo a copa do fragmento florestal da Fazenda Malabar. Sem efetivos e equipe suficiente os bombeiros não conseguiram conter as chamas. A região queimou por mais de três dias; o incêndio vitimou diversos animais silvestres, como atestou o veterinário Roberto Stevenson que está alinhado com a brigada Cachorro do Mato, para atuar em defesa dos animais silvestres vitimas  dos incêndios florestais.

Segundo dados da Defesa Civil, divulgados pelo portal G1 em 23/09/2020, Campinas encerrou o período de estiagem (compreendido entre maio e setembro deste ano) com aumento de 50,7% na quantidade de queimadas captadas por satélite em comparação ao mesmo período de 2019. O relatório indica que o total de ocorrências registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) passou de 142 para 214. No último ano vimos nossa região queimar durante dias.

A Cada ano aumenta o número de queimadas no país e ano após ano perdemos importantes remanescentes florestais, únicos e irrecuperáveis. Os dados sobre o aumento de
incêndios florestais são alarmantes e arrastam-nos a propor uma linha de ação. Na região metropolitana de Campinas o número de focos de incêndio dobrou e até
mesmo triplicou em algumas regiões.

Acreditamos que o poder de organização da sociedade civil é capaz de dar respostas que os governos não dão, na maioria das vezes porque não colocam essas demandas como prioridades.