Arborizar é preciso!
Por Catarina Menucci = Paisagista
Estamos vivendo um momento de graves perigos a nossa sobrevivência neste planeta.
A crise climática anunciada há algumas décadas, já é uma realidade! E todos nós temos responsabilidade sobre o futuro da nossa vida e das gerações futuras,
A questão é complexa, mas sabemos que o desmatamento é um dos fatores que contribuem para este ponto de quase não retorno em que estamos vivendo no mundo.
Sem vegetação, comprometemos todo o equilíbrio do sistema de vida e sua biodiversidade seja na flora, fauna, água, clima, solo, etc
Como podemos ajudar a mitigar o estrago? Nós que escolhemos morar mais perto da natureza, somos responsáveis, podemos e devemos nos comprometer a preservar o que existe e contribuir com o aumento das áreas florestadas.
Aqui vão algumas sugestões de árvores nativas da Mata Atlântica desta região, mais facilmente encontradas, para que facilite a escolha de quem deseja arborizar suas propriedades .
Para quem tem áreas sem vegetação alguma e deseja iniciar um reflorestamento , a dica é escolher espécies respeitando os estágios de sucessão florestal.
O que vem a ser isto?
Observe a natureza, e perceba que a regeneração natural acontece de forma que algumas espécies surgem primeiro do que outras, criando condições ambientais para que as próximas espécies possam sobreviver. Por exemplo, as gramíneas vem primeiro para revestir o solo e criar possibilidade dos arbustos e herbáceas crescerem e criarem por sua vez ambiente para as primeiras árvores chamadas pioneiras , que aparecerem no sistema que já possui um mínimo de matéria orgânica das folhas e galhos da vegetação que as antecedeu, assim como da ação dos insetos, pássaros e outros animais que são atraídos para o novo sistema criado.Com um ambiente mais sombreado e rico em húmus e fungos, aparecem as árvores não pioneiras e clímax, que são aquelas de maior porte , madeira dura e de maior longevidade…e assim se estabelece o ciclo da natureza florestal.
Para implantar sua floresta ou arboreto, basta imitar a natureza!
De maneira simples, a dica é escolher primeiro espécies pioneiras, distribuindo –as com espaçamento que no futuro (em 1 a 3 anos), você possa incluir as c
Clímax e outras de enriquecimento florestal , vide legenda.
Se desejar um resultado paisagístico especial, escolha as árvores também com critérios que leve em conta variação de cores e épocas de floração , texturas de copas e alturas distintas distribuindo-as de forma que o resultado seja uma bela composição.
Estamos co-criando com a natureza!
Quanto maior a diversificação melhor e mais bonito será seu jardim!
Dica de livro excelente –” O decênio decisivo” de Luiz Marques
Relação de algumas árvores nativas

VIVEIRO DAS NATIVAS – COLINAS DO ATIBAIA
Lista de árvore pioneiras P
Aroeira pimenteira Schinus terebinthifolius P, R
Aroeira salsa Schinus molle P,
Canafístula Peltophorum dubium P,
Canudo de pito Senna pendula var. glabrata P,
Capororoca branca / do cerrado Myrsine guianensis P, R
Cassia rosa Cassia grandis P, R
Chichá Sterculia curiosa P,
Embaúba branca Cecropia pachystachya P,
Guaçatonga / Cafezeiro do mato Casearia sylvestris P,
Ingá do brejo Inga vera P, R
Manacá da serra Tibouchina mutabilis P, R
Maria mole Dilodendron bipinnatum P,
Monjoleiro Senegalia polyphylla P, R
Mutamba preta / Moço branco Guanzuma crinita P,
Pau formiga Triplaris americana P,
Pau pólvora / Crindiúva Trema micrantha P, R
Tamboril / Timbaúva Enterolobium contortisiliquum P, R
Tataré Chloroleucon tortum P,
Urucum Bixa orellana P,
Árvores não pioneiras NP
Recobrimento R,
Clímax , Diversidade, D
Angico branco Anadenanthera colubrina NP, D
Angico vermelho A. colubrina var.cebil NP, D
Araribá / Araruva Centrolobium tomentosum NP, D
Aroeira preta Myracrodruon urundeuva NP, D
Cabeludinha Myrciaria glazioviana NP, D
Cambuí Myrciaria tenella NP, D
Cedro do brejo Cedrela odorata NP, D
Cedro rosa Cedrela fissilis NP, D
Cereja do mato / do Rio Grande Eugenia involucrata NP, D
Copaíba Copaifera langsdorffii NP, D
Dedaleiro Lafoensia pacari NP, D
Erva de soldado Hedyosmum brasiliense NP, D
Farinha seca Albizia edwalli NP, D
Figueira obtusa Ficus obtusifolia NP, D
Gabiroba / Guaviroveira Campomanesia xanthocarpa NP, D
Goiaba amarela Psidium guajava NP, D
Goiaba var. Paluma Psidium guajava NP, D
Goiaba branca Psidium guajava NP, D
Goiaba vermelha Psidium guajava NP, D
Grumixama Eugenia brasiliensis NP, D
Ingá branco Inga laurina NP, R
Ipê amarelo (casca lisa) Handroanthus chrysotrichus NP, D
Ipê roxo de bola Handroanthus impetiginosus NP, D
Jacarandá de Minas Jacaranda cuspidifolia NP, D
Jacarandá Paulista Machaerium villosum NP, D
Jacarandá bico de pato Macherium aculeatum NP, D
Jacarandá boca de sapo Jacaranda brasiliana NP, D
Jatobá Hymeneae courbaril NP, D
Jequitibá branco Cariniana estrellensis NP, D
Jequitibá rosa Cariniana legalis NP, D
Louro pardo Cordia trichotoma NP, D
Mirindiba rosa Lafoensia glyptocarpa NP, D
Paineira / Paineira rosa Ceiba speciosa NP, R
Pau d’ alho Gallesia integrifolia NP, D
Pitanga Eugenia uniflora NP, D
Sabão de soldado Sapindus saponaria NP, D
Sapucaia Lecythis lanceolata NP, D
Suinã / Mulungu coral Erythrina verna NP, D
Uvaia Eugenia pyriformis NP, D
Legenda e conceitos: *P: pioneiras: ocupam os primeiros estádios sucessionais de restauração; *NP: não pioneiras: ocupam os estádios intermediários, secundários e clímax da sucessão ecológica; *R: de recobrimento/preenchimento: espécies que apresentam rápido crescimento e boa cobertura de copa, proporcionando um rápido e eficaz sombreamento da área; *D: de diversidade/enriquecimento/clímax: possuem crescimento mais lento, com pouca cobertura de copa, mas que são essenciais para a perpetuação do reflorestamento, pois serão as espécies que irão gradualmente substituir as espécies de preenchimento quando a floresta avançar na sucessão ecológica.