Os 60 hectares de Floresta Estacional Semidecidual (FES) de Mata Atlântica e toda os animais que viviam nela, serão extintos. Hoje, a madeira de árvores nativas, como os Jequitibás, Mulungus, Cedros, Jatobás, Ipês, entre dezenas de espécies de Mata Atlântica estão empilhadas a espera de um destino.

De acordo com o Programa Básico Ambiental do DAEE – Departamento de Água e Energia Elétrica, há um subprograma de Biomassa, que deveria apontar o destino desta madeira, como: ser doado para entidades socioambientais ou ainda,  estabelecer um convenio com a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (FUNDAG) para viabilizar a doação do material lenhoso para uso ou realização de leilão.

 

Qual o volume total lenhoso? Qual a destinação dessa madeira nativa? Essas perguntas continuam sem resposta.

Na vistoria realizada pela APAVIVA, junto com Conselho de Meio Ambiente (COMDEMA) e o Conselho Gestor da APA (CONGEAPA), ao local do plantio compensatório, pudemos observar um solo pobre (Latossolo Amarelo) que impede o crescimento das mudas, que farão o reflorestamento das Áreas de Preservação Permanente (APPs), do reservatório.

E a matéria orgânica provinda do desflorestamento da Mata do Corrego Linde? A perda das mudas plantadas está acima dos 25% das 97 mil mudas já plantadas, com 25.486 em perdas.

Porque as mudas vem do município de Jacupiranga e não dos viveiros da região? Porque os Viveiros de adaptação estavam vazios em outubro 2020, enquanto deveriam conter mudas em processo de aclimatação para subsequente plantio? Porque o DAEE contratou  monitoramento da área reflorestada por apenas por 12 meses?  O contrato não atende o mínimo de acompanhamento exigido pela Companhia Ambiental de São Paulo (CETESB) e a Secretaria do Meio Ambiente.

Em síntese, para supressão o DAEE e o Consórcio contratado se mostrou eficiente, em menos de dois meses toda floresta da região estava no chão, enquanto que para compensar a destruição, ignoram aspectos técnicos mínimos e relevantes como sazonalidade agronômica/florestal, regeneração do solo, mudas adaptadas, sejam de viveiros de aclimatação ou da região. Muitas dessas premissas para o sucesso do reflorestamento não estão sendo respeitados adequadamente, conforme constatado em vistoria  “in loco”.

 

Muitas dessas premissas para o sucesso do reflorestamento não estão sendo respeitados adequadamente, conforme constatado em vistoria  “in loco”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O DAEE e o Consórcio SUPERENG Barragens responsáveis pela Supervisão da Obra e o plantio de compensação da Barragem de Pedreira, devem essa explicação para as ONGs Ambientalistas de Campinas, que vem acompanhando a mitigação do impacto ambiental negativo causado pela Barragem de Pedreira e, exigem do poder público, que seja plantada até a última árvore, dos programas de compensação ambiental do DAEE.