Graças a pressão das ONGs, do CONGEAPA e do COMDEMA, a barragem de Sousas ou nova Nova Cantareira, não saiu do papel. O projeto previa a contrução de uma represa no Rio Atibaia que alagaria importantes fragmentos de Mata Atlantica, atingiria a sua mata cilar em um dos trechos mais conservados. Além do patrimonio natural, parte imoprtante da nossa história ficaria submersa. O local escolhido foi uma das áreas mais preservadas da APA: a Fazenda Espírito Santo, uma fazenda ativa e sustentável, um museo vivo! A fazenda conserva a arqueologia da paisagem cafeeira do seculo 19. Representa para o municipio resistência e fidelidade às raizes, aos bens naturais e a história, tanto humana como ambiental.

  

Nós da APAVIVA,  defendemos a conservação das florestas da APA de Campinas, a prioridade é manter preservados os remanescentes florestais nativos que sobraram em pé e reflorestar as áreas apontadas como prioritárias para a restauração. Mas se tiver que escolher entre uma e outra, frear o desmatamento faz mais sentido. Precisamos produzir agua, alimentar nosso manancial, é o unico mecanismo possivel para garantir a segurança hidrica dos moradores de Campinas. Especilista alertam para uma nova era, o aquecimento global  e o desflorestamento estão provocando a redução das aguas superficiais. Como represar e armazenar agua se não temos agua nos rios?

A Comissão de Segurança Hídrica do COMDEMA, instituída em 2020 foi premida com as circunstâncias de discussão sobre proposta do Executivo para construção de barragem na APA de Sousas. O parecer da Comissão, aprovado em Plenária, “não encontrou evidências técnicas que justifiquem a construção da barragem em Sousas como resposta para a segurança hídrica do município de Campinas”. A comissão que é integrada pelos conselheiros Vicente Andreu Guilo (APAVIVA) , Ângela Rubin Podolsky (APAVIVA), Emília Wanda Rutkowsky (UNICAMP) , Jefferson de Lima Picanço (ADUNICAMP), Paulo Roberto Szeligowsky Tínel (SANASA), Plínio Escher Júnior(SECOVI) , Sílvio José Marques (SINDICATO DOS PETROLEIROS) e Teresa Cristina Moura Penteado (RESGATE CAMBUI), entre outros; recomendou a protocolização do parecer no Minsitério Público onde solicita a revisão do edital da SANASA para contratação de empresa de engenharia com o objetivo de “prestação de serviços para estudos de viabilidade e alternativas, estudos ambientais e projetos básicos e executivos de Sistema Adutor e do Barramento e seu sistema no Rio Atibaia”. O edital 14/2020 apesar de ter no seu objetivo a palavra a palavra “viabilidade” já indicava que a barragem seria construida no local escolhido.

Finalmente, fomos ouvidos. Na AGO de julho de 2021, o conselheiro Paulo Tínel, representante da SANASA no COMDEMA ,  declara textualmente que “a licitação está parada no Jurídico da SANASA e provavelmente será cancelada, não prosseguindo a proposta de barragem na Fazenda Espírito Santo.” Acrescentou que “a SANASA está estudando outras alternativas e já fez o levantamento de seis áreas possíveis, inclusive conversando com Valinhos, sobre uma área defendida pelo conselheiro Vicente Andreu Guillo.” O conselheiro Paulo também afirmou que há outros estudos sobre uma adutora a partir da represa de Pedreira, até se fazer outra ETA na região de Barão Geraldo. A seriedade do trabalho do COMDEMA, coordenado pela presidente Maria Helena Novaes Rodriguez, demontra a importancia da participação popular, através dos conselhos, na defesa do meio ambiente e na construção de políticas públicas que beneficiem a todos os cidadãs do município.

** todas as imagens são do Livro ” Fazenda Espírito Santo – História e Conservação” da editora AUANA